segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Letra de música: Sinsémilia - Tout le bonheur du monde

A letra de música vai ficar a cargo de Sinsémilia cantando Tout le bonheur du monde (Toda felicidade do mundo).

{Refrain}
On vous souhaite tout le bonheur du monde
Et que quelqu’un vous tende la main
Que votre chemin évite les bombes
Qu’il mène vers de calmes jardins.

On vous souhaite tout le bonheur du monde
Pour aujourd’hui comme pour demain
Que votre soleil éclaircisse l’ombre
Qu’il brille d’amour au quotidien.

Puisque l’avenir vous appartient
Puisqu’on n’contrôle pas votre destin
Que votre envol est pour demain
Comme tout c’qu’on a à vous offrir
Ne saurait toujours vous suffire
Dans cette liberté à venir
Puisque on sera pas toujours là
Comme on le fut aux premiers pas.

{au Refrain}

Toute une vie s’offre devant vous
Tant de rêves a vivre jusqu’au bout
Sûrement plein de joie au rendez-vous
Libre de faire vos propres choix
De choisir qu’elle sera votre voie
Et où celle-ci vous emmènera
J’espère juste que vous prendrez le temps
De profiter de chaque instant.

{au Refrain}

Ché pas quel monde on vous laissera
On fait d’notre mieux, seulement parfois,
J’ose espérer que c’la suffira
Pas à sauver votre insouciance
Mais à apaiser notre conscience
Aurais-je le droit de vous faire confiance…

{au Refrain}


Escute aqui:


1900


Assisti ao filme 1900, de Bernardo Bertolucci, com Robert de Niro e Gerard Depardieu, dois grandes atores quando ainda jovens e parlando italiano molto bene, capice? (olha na foto se não eram fofis!). O filme tem um pouco mais de 5h de duração, mas é tão bom que nem cansa.
Tudo começa quando nascem dois meninos no mesmo dia, Olmo (Depardieu), filho bastardo de uma camponesa e Alfredo (De Niro) filho do latinfundiário, o patrão.
Esse filme narra os acontecimentos políticos e sociais na Itália de 1900 à 1945, os meninos crescem, vão para guerra, Olmo vira socialista e Alfredo até apoia o movimento, mas no fundo continua patroni. Olmo se junta com Anita, uma professora e militante comunista. Alfredo casa-se com uma mulher moderna, como seu personagem fala no filme: Ela fuma, dirige, escreve poesias futuristas.
É muito interessante como é mostrado a luta de classes, o fascismo, toda crueldade e incertezas de uma guerra. Vale a pena ver!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Mon meilleur ami

Meu melhor amigo: Esse filme é ótimo, os atores são ótimos, entre eles o Daniel Auteuil (protagonista) que amo de paixão.
Imagine um cara chato que nem a família suporta, só tem contatos profissionais e nenhum amigo.
François (Daniel Auteuil) vai a um velório e estranha quando vê apenas uma meia dúzia de pessoas e começa pensar no próprio velório, percebe que não tem amigos e se desespera, mas ninguém sabe que ele é tão solitário até que sua sócia propõe uma aposta, ele tem x dias para apresentar um amigo. Ele parte para a caça, até encontrar o taxista, daí para frente ele tem que aprender a ceder, já que é tão turrão, e ser menos egoísta.

Em uma das falas dos personagens, um diz: Amigo é aquele que pode te ligar 3h da manhã. Aí eu entrei em parafuso, tenho muitos amigos, mas acho que nesse horário só ligaria para minha mãe ou minha irmã. Lembro que já precisei de um help e pedi para pessoas da família e só levei fora e até senti humilhada, sei que cada um tem seus problemas, mas aprendi com quem não devo contar nunca.
Resumindo: Esse filme é uma delícia de assistir, uma comédia à francesa que mostra a importância em ter com quem contar

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Le bal

O filme musical O Baile, de Ettore Scola, conta a história da França de 1930 a 1980 através das músicas do baile, passam pelas guerras, pelo movimento estudantil, hippie, o rock e por aí vai. Não há diálogo no filme, apenas músicas. Eu classifiquei no marcador como cinema francês, por acontecer em Paris e grande parte do elenco e músicas serem franceses, mas o diretor é italiano (óbvio!)
Haja brasilidade nesse filme, além da música Aquarela do Brasil, tem a Si tu vas à Rio de Dario Moreno, que será nossa Letra de música de hoje

Si tu vas à Rio
N'oublie pas de monter là-haut
Dans un petit village
Caché sous les fleurs sauvages
Sur le versant d'un côteau
C'est à Madureira
Tu verras les cariocas
Sortir des maisonnettes
Pour s'en aller à la fête
A la fête des sambas.
Et tu verras grimpant le long des collines
Des filles à la taille fine
Avancer à petits pas
Et les fanfares
Dans ce joyeux tintamarre
Emmener le flot bizarre
Des écoles de sambas.
Qui préparent le bal
Et s'en vont pour le Carnaval
Répéter la cadence
De la plus folles des danses
Celle de Madureira.

Si tu vas à Rio
N'oublie pas de monter là-haut
Dans un petit village
Caché sous les fleurs sauvages
Sur le versant d'un côteau
C'est à Madureira
Tu verras les cariocas
Sortir des maisonnettes
Pour s'en aller à la fête
A la fête des sambas.
Et tu verras grimpant le long des collines
Des filles à la taille fine
Avancer à petits pas
Et les fanfares
Dans ce joyeux tintamarre
Emmener le flot bizarre
Des écoles de sambas.
Si tu vas à Rio
N'oublie pas de monter là-haut
Dans un petit village
Caché sous les fleurs sauvages
Sur le versant d'un côteau.


Face a face

Face a face é um filme de Ingmar Bergman, mais um com temática psicanalítica e Liv Ullmann simplesmente superou todos os limites de dramaticidade, ela mostrou que apesar de divina é ótima atriz.
A personagem de Liv é uma psiquiatra que tem problemas psiquiátricos. Grande parte de seus problemas são traumas de infância que de uma certa forma foram bloqueados por um tempo e que de uma hora para outra vieram à tona. Ela tenta suicídio ingerindo doses altíssimas de soníferos.
O filme é muito intenso, nem consegui piscar, fiquei paralisada e após o término fiquei digerindo por umas 3 horas. Para quem gosta dessa temática, vale muito a pena.

Aquiles e a tartaruga


Assisti ao filme de Takeshi Kitano, Áquiles e a Tartaruga, o filme vem dessa teoria que peguei na Wikipédia:

Aquiles, o herói grego, e a tartaruga decidem apostar uma corrida de 100m. Como a velocidade de Aquiles é 10 vezes a da tartaruga, esta recebe a vantagem de começar a corrida 80m na frente da linha de largada.

No intervalo de tempo em que Aquiles percorre os 80m que o separam da tartaruga, esta percorre 8m e continua na frente de Aquiles. No intervalo de tempo em que ele percorre mais 8m, a tartaruga já anda mais 0,8m; ele anda esses 0,8m, e a tartaruga terá andando mais 0,08 metros. Esse raciocínio segue assim sucessivamente, levando á conclusão de que Aquiles jamais poderá ultrapassar a tartaruga, uma vez que sempre que ele se aproximar dela, ela já terá andado mais um pouco. Em termos matemáticos, seria dizer que o limite, com o espaço entre a tartaruga e Aquiles tendendo a 0, do espaço de Aquiles, é a tartaruga. Ou seja, ele virtualmente alcança a tartaruga, mas nessa linha de raciocínio, não importa quanto tempo se passe, Aquiles nunca alcançará a tartaruga nem, portanto, poderá ultrapassá-la.

No filme, Kitano faz o papel de um Aquiles, ele é artista plástico e percebe o quão difícil é entrar para o mundo das artes, toda vez que ele abraça uma tendência, já está fora de moda e ele tem sempre que adaptar sua arte para tentar ganhar dinheiro. Ele é um artista obcecado pelo trabalho e mesmo não ganhando dinheiro, pois não consegue vender nada, ele não desiste e tenta todo tipo de bizarrices, colocando a vida da família em risco.
O Kitano, além de escrever o roteiro, dirigir, atuar, também é o pintor de todos os quadros mostrados no filme, que são muito bonitos por sinal.
Esse filme me fez refletir sobre a vida, tudo o que você faz nunca é bom o suficiente para os outros e por mais que você se esforce, é difícil alcançar a tartaruga, justo a tartaruga que é um bicho lerdo?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dio come ti amo!

Grande Sucesso em 1966, Gigliola Cinquetti protagoniza uma jovem pobre que se apaixona pelo noivo rico de sua melhor amiga. É um mamão com açucar delicioso!



Segue a letra.

Nel cielo passano le nuvole
che vanno verso il mare,
sembrano fazzoletti bianchi
che salutano il nostro amore.

Dio come ti amo!
Non è possibile
avere fra le braccia
tanta felicità.
Baciare le tue labbra
che odorano di vento,
noi due innamorati
come nessuno al mondo.

Dio come ti amo!
Mi vien da piangere,
in tutta la mia vita
non ho provato mai
un bene così caro,
un bene così vero.

Chi può fermare il fiume
che corre verso il mare,
le rondini nel cielo
che vanno verso il sole,
chi può cambiar l'amore
l'amore mio per te.
Dio come ti amo!

Un bene così caro,
un bene così vero.
Chi può fermare il fiume
che corre verso il mare,
le rondini nel cielo
che vanno verso il sole,
chi può cambiar l'amore
l'amore mio per te.

Dio come ti amo!
Dio come ti amo!


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Nous sommes tous des assassins



Somos todos assassinos é um filme de temática social, o filme começa mostrando a vida de uma família, a mãe solteira com 3 filhos, vivem em estado de miséria, ela alcoólatra, a filha prostituta, filho mais velho entra para o crime e o mais novo de 12 anos não estuda e corre o risco de ir para o mesmo caminho.
O filme é do diretor André Cayatte, mostra a situação social na França durante a guerra, o sistema carcerário e a pena de morte.
O mais legal do cartaz do filme é que o homem está na posição da torre Eiffel, ou seja, não só ele é um assassino, a França está sendo representada por ele, a França também mata.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Prête-moi ta main


Prête-moi ta main (A noiva perfeita) é uma comédia romântica, adorei! Um solteiro de 45 anos que mora com sua mãe e suas irmãs, mas elas não aguentam mais e acham que ele precisa arrumar uma namorada. Elas increvem ele em um site de relacionamento e marcam vários encontros. Aí um dia ele pede para uma irmã de seu amigo fingir que é noiva dele só para família dar um pouco de sossego, o pior é que ele se apaixona por ela de verdade.
A noiva é nada mais, nada menos que a atriz/cantora Charlotte Gainsbourg, sim ela é filha do Serge Gainsbourg e Jane Birkin (nem imagino como é ser filha de pais tão alternativos rsrs). Ah, ela está no novo filme de Lars Von Trier "Anticristo" e também fez "21 Gramas".
No filme o personagem dela adota uma criança brasileira, ma o menino não tem cara de brasileiro para adoção.
Para quem quer assistir um filme mais light em francês, esse é uma boa pedida

8 femmes


8 femmes (8 mulheres) É um filme musical, sobre um homem que está morto e 8 mulheres que de uma certa forma fazem parte da vida dele, supeitam uma das outras e nessa desconfiança as verdades vão aparecendo. É um filme bem gostoso de assistir
No elenco grandes atrizes como: Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Emanuelle Béart.

Para letra de música do dia, escolho Mon amour mon ami cantado pela Virginie Ledoyen

Toi mon amour, mon ami
Quand je rêve c'est de toi
Mon amour, mon ami
Quand je chante c'est pour toi
Mon amour, mon ami
Je ne peux vivre sans toi
Mon amour, mon ami
Et je ne sais pas pourquoi

Je n'ai pas connu d'autre garçon que toi
Si j'en ai connu je ne m'en souviens pas
A quoi bon chercher faire des comparaisons
J'ai un coeur qui sait quand il a raison
Et puisqu'il a pris ton nom

Toi mon amour, mon ami
Quand je rêve c'est de toi
Mon amour, mon ami
Quand je chante c'est pour toi
Mon amour, mon ami
Je ne peux vivre sans toi
Mon amour, mon ami
Et je sais très bien pourquoi

On ne sait jamais jusqu'où ira l'amour
Et moi qui croyais pouvoir t'aimer toujours
Oui je t'ai quitté et j'ai beau résister
Je chante parfois à d'autres que toi
Un peu moins bien chaque fois

Toi mon amour, mon ami
Quand je rêve c'est de toi
Mon amour, mon ami
Quand je chante c'est pour toi
Mon amour, mon ami
Je ne peux vivre sans toi
Mon amour, mon ami
Et je ne sais pas pourquoi


terça-feira, 18 de agosto de 2009

La femme du boulanger

La femme du boulanger (A mulher do padeiro) não sei se esse filme foi traduzido assim para o português, ele é de 1938, dirigido por Marcel Pagnol. É uma comédia para quem assiste e um drama para quem vive, no caso, o padeiro. Ele, já senhor, é casado com uma jovem muito bonita que chama a atenção de todos. Ela se enrabicha com um bonitão e foge com ele, aí vem o desespero do padeiro em encontrá-la. Atores ótimos, enredo fantástico. Tudo de bom!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O escafandro e a borboleta

Dirigido por Julian Schnabel, Le Scaphandre Et Le Papillon, conta a história do editor da Revista Elle que após sofrer um derrame, o único movimento que lhe resta é piscar o olho esquerdo.
O que me chamou a atenção foi como uma pessoa influente, cheia de arrogância, prepotente e enquanto tinha poder, tinha amigos, mas quando aconteceu o acidente, as únicas pessoas que restam são as que verdadeiramente amam e mesmo assim ele não as valorizava.
Mostra ascenção e queda, da independência para dependência e mesmo em sua fraqueza e sem movimentos ele conseguiu escrever um livro com ajuda de terceiros, obviamente.
É um filme interessante porque o diretor usou uma técnica que o espectador vê o filme pelo olho do protagonista.

Letra de música: Tu t'laisses aller - Charles Aznavour

Essa música está no filme Une femme est une femme (Uma mulher é uma mulher) de Jean Luc Godard. Ela quer ter filho o namorido não quer, ela começa provocá-lo e usa o melhor amigo dele e quase rola um triangle amoreux. Aí o amigo põe essa música no jukebox do bar. Anna Karina tá ótima nesse filme.

Tu t'laisses aller
Por Charles Aznavour

C'est drôle c'que t'es drôle à r'garder
T'es là, t'attends, tu fais la tête
Et moi j'ai envie d'rigoler
C'est l'alcool qui monte en ma tête
Tout l'alcool que j'ai pris ce soir
Afin d'y puiser le courage
De t'avouer que j'en ai marre
De toi et de tes commérages
De ton corps qui me laisse sage
Et qui m'enlève tout espoir

J'en ai assez faut bien qu'j'te l'dise
Tu m'exaspères, tu m'tyrannises
Je subis ton sale caractère
Sans oser dire que t'exagères
Oui t'exagères, tu l'sais maint'nant
Parfois je voudrais t'étrangler
Dieu que t'as changé en cinq ans
Tu l'laisses aller, tu l'laisses aller

Ah ! Tu es belle à regarder
Tes bas tombant sur tes chaussures
Et ton vieux peignoir mal fermé
Et tes bigoudis quelle allure
Je me demande chaque jour
Comment as-tu fait pour me plaire ?
Comment ai-je pu te faire la cour
Et t'aliéner ma vie entière ?
Comme ça tu ressembles à ta mère
Qu'a rien pour inspirer l'amour

D'vant mes amis quelle catastrophe
Tu m'contredis, tu m'apostrophes
Avec ton venin et ta hargne
Tu ferais battre des montagnes
Ah ! J'ai décroché le gros lot
Le jour où je t'ai rencontrée
Si tu t'taisais, ce s'rait trop beau
Tu l'laisses aller, Tu l'laisses aller

Tu es une brute et un tyran
Tu n'as pas de cœur et pas d'âme
Pourtant je pense bien souvent
Que malgré tout tu es ma femme
Si tu voulais faire un effort
Tout pourrait reprendre sa place
Pour maigrir, fais un peu de sport
Arrange-toi devant ta glace
Accroche un sourire à ta face
Maquille ton cœur et ton corps

Au lieu d'penser que j'te déteste
Et de me fuir comme la peste
Essaie de te montrer gentille
Redeviens la petite fille
Qui m'a donné tant de bonheur
Et parfois comme par le passé
J'aim'rais que tout contre mon cœur
Tu l'laisses aller, tu l'laisses aller

O fabuloso destino de Amelie Poulain

Esse filme de Jean-Pierre Jeunet é uma graça, Amelie tão adorável, tão tímida e tão solitária tenta fazer justiça a fim de melhorar a vida das pessoas que ela gosta.
Os prazeres de Amelie são muito interessantes e de uma certa forma todos nós temos esses pequenos prazeres, os dela era enfiar a mão em um saco de grãos, quebrar a crosta do creme brullé com a colher, tentar descobrir quantas pessoas estão tendo orgasmos naquele momento.
Uma frase muito engraçada é quando ela fala para o feirante: Você é pior que um legume, porque até alcachofra tem coração. (kkkkkk)
A trilha sonora é muito bonitinha também, além do verde x vermelho usado pelo diretor.

Trechos do filme:

"São tempos difíceis para os sonhadores.''
"- Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem? '"


Para quem se encantou com o bairro que ela circulava e quando for a Paris quiser visitar, é o Montparnasse.
Café onde ela trabalhava: Café des Deux Moulins, 15 rue Lepic esquina com a rue Cauchois
Locadora que o Nino trabalhava: Palace Video, 37 boulevard de Clichy
Estação de metrô das fotos 3x4:
Linha 6 da estação La Motte-Picqet-Grenelle

domingo, 16 de agosto de 2009

Nobody knows


Nobody knows (Dare mo shiranai), filme japonês, do cineasta Hirokazu Koreeda foi baseado em um acontecimento real. É sobre uma mãe que tem 4 filhos com 4 homens diferentes, ela aluga um apartamento, foge de casa e deixa o filho mais velho cuidando dos outros, as crianças não estudam, a luz e a água são cortadas, falta comida, mas ninguém pode saber que eles estão sozinhos até porque no prédio em que vivem não são aceitas crianças. Eu fico com coração partido quando vejo criança tendo que tomar decisões de adultos, aprendendo a sobreviver sozinho. Eu sou fã de crianças e elas precisam ser amadas, abraçadas, ter o direito de brincar e de uma certa forma ser feliz, sem preocupações nessa fase tão deliciosa da vida.

Departures

Além de cinema europeu, o cinema japonês é um dos meus favoritos, estou tentando passar para esse blog tudo o que tinha postado em um blog anterior sobre cinema, por isso o nº de postagem será grande aqui.
Um dos filmes japoneses que assisti e que me deixou comovida foi o Departures (A Partida), do diretor Yojiro Takita, ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009.
Sobre um músico que por não dar certo trabalhando para uma orquestra, muda para sua cidade natal, consegue um trabalho na preparação de defuntos. Embora o assunto seja um pouco mórbido, o diretor usou muita sensibilidade e leveza para mostrar o valor desse trabalho muito mal visto pela sociedade japonesa. Os momentos em que o protagonista toca seu violoncelo é bem emocionante.

Filmes sobre educação na França

Dois filmes-documentários, não-ficcionais, os protagonistas são as próprias pessoas envolvidas.
O primeiro é o filme Être et avoir (Ser e ter), dirigido por Nicolas Philibert, conta a história de um professor de escola primária no interior da França, ele dá aulas para crianças de várias faixas etárias. A dedicação que o professor tem por essas crianças á surpeendente. Ele passa muita confiança a elas, se desdobra para ensinar os grandes e os pequenos ao mesmo tempo com toda paciência e carinho. É muito comovente!

O outro filme é o Entre les murs (Entre os muros da escola), sobre um professor de francês que não sabe lidar muito bem com seus alunos, em sua maioria estrangeiros (africanos, latino-americanos e até um chinês), tenta de várias formas tentar interagir com eles, mas muitas vezes sem sucesso. O interessante desse filme é descobrir a vida desses alunos fora da escola, a mãe de um aluno africano que vai na reunião de pais, fica nervosa, não entende francês e fala no dialeto dela. A mãe do chinês que foi presa por estar ilegal no país e ele era um dos melhores alunos, a representante de classe que não gosta de estudar , mas leu a República de Platão o que deixou o professor até incabulado. Para esses alunos, mudar de país, adaptar-se na França, continuar pobre lá, conhecer gente de várias nacionalidades e ainda por cima, durante a adolescência em que os hormônios estão a mil, fica muito difícil a interação, tanto para os alunos quanto para os professores. Regardez-vous!

sábado, 15 de agosto de 2009

Falas do filme Le diable probablement- Bresson

Diálogo entre psiquiatra e paciente.


Filme: Le diable problablement - Diretor: Robert Bresson

Você sabe como as civilizações terminam?
É quando a estupidez é acelerada.
Crescimento. Crescimento do quê? De felicidade?
Felicidade a crédito, o cartão de crédito? Ou a felicidade de andar no campo e tomar banho de rio? Tudo isso é bastante evidente.
- Como começou esse confronto com a sociedade?
É meu estado normal. Eu mantive isso em silêncio por um longo tempo.
-A não-ação não te dá algum prazer?
Sim, mas o prazer do desespero, obviamente.
- Você sente culpa?
- Culpa?
Por você mesmo?
Culpado sem culpa. Eu sei que sou mais inteligente que os outros. Estou ciente da minha superioridade, mas se eu fizesse algo, eu estaria sendo útil, mesmo que minimamente, a um mundo que eu desprezo. Eu trairia minhas idéias. Apenas me cerraria ainda mais. Eu prefiro saber que não há saída.
-Esmolar nas ruas, como eu vi pessoas como você fazendo, não é degradante?
Caridade degrada o doador tanto quando o recebedor.
-Isso não é uma boa desculpa para a preguiça?
Talvez, mas e daí?
Se meu objetivo fosse dinheiro e lucro todos me respeitariam.
-Ser correto não é uma boa razão para se manter vivo?
Perdendo minha vida, é isso que eu perderia: Planejamento familiar, excursões de turismo, culturais, esportivos, linguísticos, a biblioteca do homem culto, todos os esportes, como adotar uma criança, associações de pais e professores. Educação, ensino de 0 to 4 anos, 7 a 14 anos, 14 a 17 anos. Preparação para o casamento, serviço militar. Europa. Decorações, medalhas honoríficas, dispensa médica remunerada, Dispensa médica não-remunerada, o homem de sucesso. Redução de impostos para idosos, Impostos locais, compra a prazo. Aluguel de rádio e tv, cartão de crédito, obras em casa, câmbio flutuante. VAT e consumidores.
-Você crê em Deus?
Eu acredito, na medida do possível, na vida eterna, mas se eu cometer suicídio,não acho que estaria condenado por não compreender o incompreensível.
-Quero dizer, você tem aversão à comida?
De maneira nenhuma.
-Perda de apetite costuma acompanhar depressão profunda.
Eu não estou deprimido.Só quero o direito de ser eu mesmo. Não quero ser forçado a deixar de querer substituir meus verdadeiros desejos por falsos, baseados em estatísticas, pesquisas, fórmulas, classificações científicas ultra-imbecis Americanas-Russas. Não quero ser um escravo ou um especialista.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Robert Bresson

Robert Bresson é um cineasta francês, precursor do movimento minimalista no cinema que inspirou o movimento Dogma 95, do Lars Von Trier.
Os filmes são realistas, embora não esteja enquadrado no movimento poético realista francês como os diretores Marcel Carné ou Jean Renoir, talvez porque falta o poético, a realidade mostrada é nua e crua, sem chance para happy end.
Em alguns projetos ele utilizou atores-amadores (não profissionais), o que dá uma certa leveza em filmes tensos, se você tem um roteiro pesado e atores muito bons que utilizam o método de Stanislavski na atuação, ia ficar muito difícil, talvez os espectadores entrariam em colapso ou em crises existenciais, acho que o Dogma 95 conseguiu aperfeiçoar, colocando clima tenso com atores bons.
Listas de filmes que assisti:

Pickpocket: É baseado na obra "Crime e Castigo" de Dostoievski.
Au hasard Balthasar (A grande testemunha): Nesse filme um burro (o animal mesmo) é protagonista e é testemunha de todas as injustiças cometidas na pacata cidadezinha.

Mouchette: Esse filme é muito tenso. Sobre uma garota, o pai bebe, vivem na miséria, a mãe doente, irmão bebê que ela tem que cuidar, a escola. Casos de estupro, etc.
Lancelot du Lac: É sobre a lenda da Távola redonda, Lancelot, o cavaleiro do rei Artur.
Le diable probablement: Eu adorei esse filme, ele é bem melancólico, mas tem todo um conceito ecológico, fala dos interesses da juventude em querer mudar o mundo mas não sabe como, manifestações e até peguei uns diálogos para colocar em um outro post. O protagonista é um jovem muito inteligente que ajuda os colegas de classe nas lições, mas não sabe lidar com o amor ou com a vida, procura um psiquiatra.

L'argent: É baseado em um conto de Tolstoi (deu para perceber que ele gosta de literatura russa). Sobre uma nota falsificada que caiu na mão de um zé-mane e trouxe consequencias injustas para vida dele.


Filmes que quero assistir:
  • O processo de Joana d'Arc
  • Une femme douce
  • Anjos do pecado

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

La belle persone


A bela Junie (la belle persone) é um filme francês, baseado na obra A Princesa de Clèves, de Madame de La Fayette. Junie perdeu a mãe, vai estudar na escola do primo, divide seu coração com o aluno Otto e com o professor de italiano. É um filme melancólico, mas muito touchant!

Vou postar a letra da música que o Otto canta na hora mais desesperada da vida dele.


Comme la pluieAlex Beaupain

Comme la pluie nous manque parfois
Un orage aurait plus d'allure
Pour se crier ces choses là
Se jeter ces mots à la figure
Comme la pluie nous manque parfois
Comme le soleil nous tue
Comme ses rayons nous semblent froids
Quand on ne s'aime plus

Comme les forces nous manquent parfois
Une bagarre aurait plus de gueule
Passer ton visage à tabac
Qu'enfin plus personne n'en veule
Comme les forces nous manquent parfois
Comme nos bras nous trahissent
Lorsque l'amour entre nos doigts
Comme le sable glisse

Comme les pleurs nous manquent parfois
Un mélo aurait plus de classe
Quelques larmes, nous valons bien ça
Mais c'est trop demander hélas
Comme les pleurs nous manquent parfois

Comme la nuit nous manque parfois
Le noir serait plus à mon goût
Ces étoiles comme autant de croix
Tout un ciel en deuil de nous
Comme la nuit nous manque parfois
Comme elle tarde à venir
Quand elle tombe, ne trembles-tu de ça ?
Toutes ces nuits à venir...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

cinema contemporâneo francês: Cédric Klapisch


J'aime beaucoup os filmes do cineasta Cédric Klapisch, vou falar primeiramente do último filme que assisti, ainda está em cartaz, Paris. Mostra o cotidiano dos parisienses e alguns pontos turísticos. Tem a Juliette Binoche. Trata-se de histórias de várias pessoas, a personagem de Juliette é uma mãe solteira, assistente social, tem um irmão dançarino que descobre ter problemas no coração (ele representa Paris). Tem a família dos feirantes, um deles separa da esposa. O professor de história depressivo que apaixona por uma aluna, essa só brinca com ele e depois "joga fora", ele fica arrasado, visita um pisquiatra, ele tem um irmão arquiteto, casado, a esposa está grávida. A mulher da padaria que maltrata suas funcionárias. O imigrante africano que passa maior sufoco vindo da África para a França. O filme é uma delícia, très jolie et touchant!

Outros filmes que assisti do mesmo diretor, foram Albergue Espanhol e Bonecas Russas, o segundo é a continuação do primeiro.

Albergue Espanhol

Um francês, estudante de economia, tem uma vida toda certinha e programada para um futuro brilhante, tem uma namorada boazinha, decide entrar em um programa de intercâmbio e vai para Barcelona, chegando lá ele sofre um choque cultural, vai morar com gente de vários países, tem que aprender a lidar com diferenças culturais, políticas e sexuais. Depois dessa experiência ele nunca mais será o mesmo.

Bonecas Russas
Cada alberguista tomou um rumo na vida, o economista abandonou a economia e tentou realizar seu sonho de infância, ser escritor, sua ex-namorada boazinha teve um filho de outro cara, é toda politizada, vai para o Forum Social em Porto Alegre. Os alberguistas vão para o casamento do inglês que se apaixonou por uma bailarina russa (amo essa parte qdo ele começa aprender russo para se comunicar com ela, chorei!). Isso é tudo! Se não me empolgo e conto tudo, aí perde a graça.
Percebi que o Cédric Klapisch não está na Wikipédia em português, talvez eu coloque alguma coisa lá se eu tiver tempo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Caótica Ana


Conforme tinha dito aqui, finalmente assisti ao filme que yo tenia muchas ganas de verlo, Caótica Ana, de Julio Medem. O Yari estava zapeando os canais e coincidentemente ele viu a programação do Cinemax e avisou-me que iria passar.
Julio Medem tem um carinho muito especial por sua irmã Ana, falecida precocemente. O filme é uma homenagem a ela, inclusive a filha dele nasceu e ele colocou o nome de Ana.
Mas vamos ao filme: Gostei bastante, Ana tinha muita vontade de viver, tinha uma vida alternativa, morava em uma caverna com seu pai, ela era muito apegada a ele. Ela saiu da caverna para descobrir o mundo.
Isso me fez lembrar quando eu tive um momento depressivo e não queria sair de casa, só ficava no quarto e meu pai falava: Ana, saia da caverna!! (coincidência)
Gosto do estilo que Medem usa para dividir as cenas, em "Os amantes do círculo polar", ele dividia com o nome dos personagens, por exemplo: Otto, Ana, Ana e Otto, na infância, depois repetia os nomes para falar deles na adolescência e assim sucessivamente.
Em "Caótica Ana" ele dividiu as cenas em uma contagem regressiva, que era a mesma contagem usada na hipnose.
Na hipnose Ana descobre que em vidas passadas foi várias mulheres fortes, mãe de exércitos de homens bons.
Vale a pena ver!

Momento literário: O problema do sofrimento - CS Lewis

Terminei a leitura do livro "O problema do sofrimento" de CS Lewis. É um livro teológico, mas gosto teologia, independente de religião . É uma leitura complexa,  embora tenha apenas 76 págs, requer muita atençao e conhecimento de algumas linhas teológicas e filosóficas, às vezes é necessario buscar em outras fontes alguns assuntos para nao se perder no texto.
Segue abaixo alguns fragmentos interessantes do livro "O problema do sofrimento":

Eu poderia, sem dúvida, ter aprendido até mesmo dos poetas que Amor é algo mais rigoroso e esplêndido do que a simples bondade: que até o amor entre os sexos é, como em Dante, "um senhor de terrível aspecto". Existe bondade no amor, mas amor e bondade não são confinantes, e quando a bondade (no sentido dado acima) é separada dos demais elementos do Amor, ela envolve uma certa indiferença fundamental ao seu objeto, e até mesmo algo semelhante ao desprezo em relação a ele.

A possibilidade do sofrimento é inerente à própria existência de um mundo onde almas possam encontrar-se. Quando as almas se tomam perversas, elas certamente fazem uso desta possibilidade para se ferirem umas às outras. Isto talvez justifique quatro-quintos dos sofrimentos humanos. Foram os homens, e não Deus, que inventaram a tortura, os chicotes, as prisões, a escravidão, as armas, as baionetas e as bombas. A pobreza e o excesso de trabalho são produtos da avareza ou da estupidez humana e não uma distorção da natureza. De todo modo, porém, existe ainda muito sofrimento que não pode ser atribuído a nós mesmos.

Kant era de opinião que nenhum ato tinha valor moral a não ser que fosse realizado com base na mais pura reverência pela lei moral, isto é, sem inclinações, e ele foi acusado de uma "disposição de espírito mórbida" que mede o valor de um ato pelo desgosto que provoca. Toda opinião popular entretanto apóia realmente Kant. Ninguém admira um homem por fazer algo de que goste: as próprias palavras "mas ele gosta disso" implicam no corolário: "Portanto não existe mérito".

Todavia, em oposição a Kant se coloca a verdade evidente, notada por Aristóteles, que quanto mais virtuoso se torna o homem tanto mais ele aprecia os atos de virtude.
Quando penso em dor - naquela ansiedade que corrói como fogo e na solidão que se estende como um deserto, a triste rotina da miséria monótona, as dores fundas que escurecem todo o nosso horizonte ou aquelas repentinas e enjoativas que arrancam o coração de um só golpe, dores que já parecem ser intoleráveis e de súbito aumentam, dores furiosas como se fossem picadas de escorpião que provocam movimentos adoidados em alguém que parecia meio morto por causa das torturas já sofridas - isso "quase abate o meu espírito". Se conhecesse algum meio de escapar, me arrastaria através de esgotos para descobri-lo. Mas, de que adianta falar-lhe sobre os meus sentimentos? Você já os conhece: são os mesmos que os seus. Não estou discutindo que a dor não seja penosa. A dor magoa.

sábado, 8 de agosto de 2009

Filme para o dia dos pais


Em nome do pai é um filme baseado em fatos reais, a família é acusada injustamente de terrorismo, pai e filho dividem a mesma cela e aos poucos o filho percebe todo o amor que o pai tem pela família e a luta do mesmos para tirá-los daquela situação.
As atuações de Daniel Day-Lewis e Emma Thompson estão impecáveis.

Assista o trailer (em inglês)




Desejo a todos os pais um feliz dia!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tudo sobre o meu pai

Por ser no domingo o dia dos pais, vou dedicar um post para ele.
Meu pai é calmo, sereno e traquilo, apesar de não ter tanto estudo é um homem sábio, ele fala pouco, mas quando fala sai um rio de reflexões, verdades e conselhos.
Ele sempre cuidou muito bem de suas três mulheres (mamãe, eu e a minha irmã), logo cedo vai ao mercado e à padaria, tanto que minha mãe fala que não sabe comprar pão porque papai sempre fez essa gentileza de mimar as fofas.
Ele foi um funcionário exemplar, sempre tentava controlar as situações, dar conselhos. Depois que ele se aposentou as pessoas chamam ele de volta porque não conseguem ninguém à altura para substituir.
Ele gosta da casa cheia e não mede esforços para ajudar os outros, passei minha infância com pessoas que nem eram da família morando conosco, vinham para São Paulo e não tinham onde ficar, meu pai acolhia e só liberava depois de empregado ou para o casamento.
Ele é tímido e tem dificuldades de demonstrar sentimentos, ele mais pratica o amor do que confessa que ama, às vezes no fim de um e-mail ela fala: tchau filha, o pai te ama muito (lindinho!), mas ao vivo e em cores, raramente.
Ele é o bom samaritano, uma vez eu vivi o pior pesadelo da minha vida, fiquei sem chão, não sabia como resolver o problema, os amigos torceram para que tudo desse certo, mas não podia contar c/ eles e muito menos c/ o resto da família sem ter que me humilhar por um favor. Mas meu pai, em silêncio esteve comigo todos os dias, ia ao hospital, compreendia e lidava bem com a situação, me consolava. Depois que as coisas se acalmaram eu percebi o tesouro que ele é em minha vida, o heroi que ganhei de presente dos céus.
O que move papai é a fé, como bom protestante ele pratica boas ações e acredita no sucesso das pessoas e eu me orgulho quando dizem: você tem o sorriso do seu pai, você tem o jeitão do seu pai. Se um dia eu tiver 1/3 das qualidades dele, já me sentirei agraciada.
Ele nunca valorizou coisas, mas sempre valorizou pessoas, às vezes acho que muitos aproveitam da bondade dele e quando conseguem algum favor nem lembra de ligar e agradecer, mas ele nem se importa, pois não faz esperando recompensa, faz porque tem esse instinto.
Quando ele vai na minha casa, tenta arrumar o fio solto, tampar o buraquinho da parede, regular o chuveiro, quer sempre deixar as coisas organizadas e confortáveis para nós.
Pai você é um anjo! Te amo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

The women


Mulheres - O sexo forte, esse filme é típico de sessão da tarde, mas é uma delícia de assistir porque nós, mulheres, identificamos muito com as situações. Gostei porque tem manicure, esmaltes vermelhos, conversa de salão, trabalho, conversa entre amigas, traição de marido, solidão, dietas, realização pessoal, maternidade, mulher gostosa x mulher inteligente, segredinhos, será que conta ou não para amiga qdo sabe do bofe dela com outra? Tipo baphos que a gente adora e vai em grupo para o banheiro por o papo em dia.
É difícil ser mulher e ter que lidar com nossas crises existenciais, até uma unha que quebra é motivo para chororô, mas sabemos superar dificuldades e fazer mil coisas ao mesmo tempo como ninguém, é o que importa.

Diretor francês: Marcel Carné

Marcel Carné foi um dos maiores diretores da França, o melhor filme francês e o segundo melhor do mundo, na minha opinião, é o Boulevard do crime (titulo original: Les enfants du Paradis). Os filmes dele são bem realistas, em nenhum deles você pode esperar um happy end, mas os enredos são bem interessantes.
Além de bons filmes os atores são impecáveis em suas intrepretações, no Boulevard é impossível não criar um afeto e uma simpatia pelo mímico Baptiste, vc torce por ele e pela Garance o tempo todo.

O Cais das sombras (Le quai des brumes) é outro filme noir sobre um soldado desertor que tenta se refugiar em uma cidade portuária.


Trágico amanhecer (Le jour se léve) é um filme muito triste, vc fica pensando o que leva as pessoas tomarem decisões tão estúpidas na vida e o pior, quando a vida sempre foi dura e vc sobrevive em subempregos, sofrendo humilhações, sem chances de amar e ser amado e nada mais vale a pena.


Família exótica (Drôle le drame) já é mais comédia, sobre um bispo que é contra a literatura subversiva e começa acusar um escritor sem saber que esse faz parte de sua família, na igreja tem um dos maiores assassinos do local que escuta o sermão do pastor e diz que se tornou assassino devido a leitura do livro e quer matar o escritor.

Por enquanto esses foram os que assisti. Breve postarei sobre outros filmes dele. Au revoir

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Carmen de Godard


Carmen de Bizet era uma cigana que enfeitiçava os homens com a dança, a Carmen de Godard não sei classificá-la e nem consegui ligar uma a outra, se é que existe uma ligação. Esse filme é o caos total, eu chamo de anarquia cinematográfica, o samba do criolo doido. Carmen tem um tio que é cineasta (interpretado pelo próprio Godard), ele é hipocondríaco e gosta de ficar internado no hospital, todo maluco, mas fala umas verdades.
Carmen vai pedir a casa dele para fazer um filme, mas para angariar fundos para o filme, ela e a trupe vão assaltar um banco e ela se apaixona pelo guarda.
Tem um grupo que toca violoncelo e violino, ensaiam Beethoven o tempo inteiro e entre um ensaio e outro uma menina solta suas filosofias, embora sempre erra as notas da música.
Esse filme faz toda uma denúnica da política e dos jovens dos anos 80.
Obviamente é mais chocante que espetáculo do Zé Celso ou o filme Idiotas do Lars Von Trier, quer ver genitálias sem ser pornô total, esse é o filme. Os excessos de pelos pubianos de Carmen deixaria até Claudia Ohana passada. Sem falar da cena de masturbação explicita do guardinha no chuveiro, qqisso minha gente. Se a intenção era chocar, conseguiu. E eu adoro gente louca, fazer o que? Dou risada... Os franceses sont erotiques.
Recapitulando: hipocondria + Beethoven + cinema + assalto + sexo + nudez + filosofia + versículos do livro de Provérbios da Bíblia (o meu preferido, leio sempre que posso)

Uma frase como essa soa um pouco estranho: Van Gogh procurou o amarelo
quando o sol desapareceu. É mais estranha que a Vaca profana de Caetano Veloso. Sabe-se lá o que isso quer dizer, melhor terminar esse assunto com uma fala legal do próprio Godard no filme:

Qual é a natureza da crise atual?
Vivemos com economias que produzem dejetos.
O capitalismo clássico tinha por missão produzir os melhores bens possíveis. No mundo moderno, não é possível produzir lucros graças à formidável potência das máquinas.
Elas puseram-se a produzir bens que não correspondem a necessidade nenhuma.
De bombas atômicas a copos de plástico. Quem precisa de uma bomba atômica ou de um copo de plástico?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nudité de la vérité

Poema de Paul Eluard que tem no filme Alphaville, de Godard.

“je le sais bien.”

le désespoir n’a pas d’ailes,
l’amour non plus,
pas de visage,
ne parlent pas,
je ne bouge pas,
je ne les regarde pas,
je ne leur parle pas
mais je suis bien aussi vivant que mon amour et que mon désespoir.


Tradução: Nudez da verdade

“eu bem sei”

o desespero não tem asas
o amor também não,
nada de rosto,
não falam,
eu não me mexo
não olho pra eles
não lhes dirijo a palavra
mas estou tão vivo quanto o meu amor e o meu despero.

Hiroshima, mon amour

É um filme de Alain Resnais, estilo Nouvelle Vague. Poético, triste e todas as emoções em uma coisa só. Juntou duas culturas que gosto e absorvo tudo que eles oferecem: as culturas japonesa e a francesa.
Uma atriz francesa e um arquiteto japonês se encontram, eles tem muitas afinidades, histórias parecidas para compartilhar, histórias de dor, de guerra. Eles confudem os sentimentos e acabam se amando, um amor passageiro, porém intenso. Ele descobre os segredos dela que ela ainda não tinha compartilhado com ninguém. Além das confissões, mostra o horror do efeito da bomba em Hiroshima, o horror da guerra na Europa.

Veja um trechinho, a legenda está em português

Fala de filme: Cenas de um casamento

Esse é mais um filme de Ingmar Bergman, Saraband é a continuação dele, é bem tenso.


Marianne tenta ler para Johan o que ela conseguiu escrever sobre si

De repente, viro-me e olho para uma velha foto de escola de quando eu tinha 10 anos, pareço detectar algo que me escapava até então. Para minha surpresa, devo admitir que não sei quem sou. Não tenho a mais vaga idéia.Sempre fiz o que me mandaram.
Até onde me lembro fui obediente, correta, quase humilde. Me impus algumas vezes, quando menina, mas minha mãe me puniu por minha falta de modos, com severidade exemplar.
Minha educação e a das minhas irmãs tinha o objetivo de nos tornar agradáveis.
Eu era feia e desajeitada um fato do qual sempre me lembravam.
Mais tarde percebi que, se guardasse meus pensamentos e fosse agradável e previsível seria recompensada.
A maior decepção começou na puberdade,meus pensamentos e sentimentos giravam em torno de sexo, mas nunca disse isso aos meus pais nem a ninguém.Ser enganosa e reservada e mostrou mais seguro.
Meu pai queria que eu seguisse seus passos e fosse advogada. Dei indiretas de que queria ser atriz ou fazer algo no mundo do teatro, mas eles riram de mim. Desde então, sigo fingindo, forjando meus relacionamentoscom os outros, com os homens, sempre atuando, numa tentativa desesperada de agradar. Nunca considerei o que eu queria e sim o que ele quer que eu queira.
Não é falta de egoísmo, como costumava pensar, é pura covardia, pior ainda, provém da minha ignorância de quem eu sou.
Nosso erro foi não nos desligarmos de nossas famílias e criarmos algo que nos satisfizesse a nós mesmos.


Johan filosofando sobre a vida

Somos analfabetos emocionais, aprendemos anatomia e métodos de cultivo na África sabemos fórmulas matemáticas de cor e salteado, mas não nos ensinaram nada sobre nossas almas. Somos tremendamente ignorantes sobre o que move as pessoas.

domingo, 2 de agosto de 2009

Alphaville de Godard

Alphaville é Um filme sci-fi, lá as coisas são controladas pela lógica, matematicamente e por computadores, nenhum tipo de sentimentalismo é tolerado.
Em favor da tecnologia, do progresso, as máquinas comandam e nós ficamos cada vez mais sem reação, sem palavras, sem demonstrações de carinho para com o próximo, as pessoas estão robotizadas, agem em prol da modernidade, querem ter casas, carros, confortos, valorizam coisas e desprezam pessoas.
Em várias partes do filme a Natasha, personagem de Anna Karina recita poemas do livro Capital da dor, de Paul Eluard. A parte mais touchante de todas é quando ela pergunta em francês c/ vozinha delicada o que é estar apaixonado (amoreux, qu'est ce que c'est?) e o que é o amor (alors, l'amour c'est quoi?).



Outra parte comovente do filme: Homens estão sendo condenados por demonstrarem sentimentos, um deles começa a falar sobre o comportamento humano:

- O que tem eles fizeram?
- Eles estão condenados.
- Só homens?
Normalmente há uma razão de 50 homens executados por mulher.
Mas o que eles fizeram?
Comportaram-se ilogicamente.
Isso não é um crime em Terras Externas?
Veja, eu o conheço. Lamentou quando a esposa morreu.
Ele foi condenado por isso?
Evidentemente.

Homem antes de suas execução:

Nós temos que avançar para viver. Aponte diretamente para esses que você ama. Me escute, normais.
Nós vemos a verdade que você já não vê. A verdade é que a essência do homem é amor e fé, coragem, ternura, generosidade e sacrifício. O resto é obstáculo criado pelo progresso de sua ignorância cega.


Resumo: Mostrar sentimentos não é sinal de fraqueza ou de inferioridade, pelo contrário, é conseguir tocar na alma do outro e nenhuma máquina ou Qi alto é capaz de fazer.

Cinema francês: Falas do filme Vivre sa vie de Godard

Vivre sa vie é um manual de como se prostituir na França (explicação curta e grossa), fala das leis que de uma certa protegem essas mulheres, onde podem ou não trabalhar e o que levou Nana a prostituição, mas a parte que mais me toca é quando ela em um bar, encontra um velho desconhecido e começa a querer entender sobre a vida.


Place du châtelet - O desconhecido - Nana (Anna Karina) faz filosofia sem saber

Você vem bastante aqui?
- Não, às vezes. Hoje, por sorte
Por que você lê?
- É meu trabalho
É engraçado de repente eu não sei o que dizer; isso acontece muito comigo. Eu sei o que quero dizer. Eu reflito sobre o que quero dizer, mas no momento de dizer eu não consigo
-Sim, claro. Você leu os Três Mosqueteiros?
Eu vi o filme. Por quê?
-Porque nele, Porthos, isso se passa na verdade no Vinte Anos Depois. Porthos, o grande, o forte, um pouco besta, ele nunca pensou em sua vida, compreende? Então, uma vez ele tem de implantar uma bomba numa adega, para explodí-la. Ele o faz. Ele coloca a bomba, acende-a, e sai correndo, naturalmente, mas de golpe, ele começa a pensar...
Ele pensa no que?
-Ele se pergunta como ele pode colocar um pé após o outro,você já deve ter pensado sobre isso também. E então ele pára de correr. Ele não pode mais, não pode avançar. Tudo explode, a adega cai sobre ele. Ele a segura com seus ombros, ele é forte, mas depois de um dia, ou dois ele cede, e morre. A primeira vez que ele pensa, ele morre
Por que me conta essa história?
- Sem razão, só por falar
E por que a gente precisa sempre falar?
- Muitas vezes devíamos nos calar,viver em silêncio. Quanto mais fala-se, menos as palavras significam
Talvez, mas como se pode?
- Eu não sei.
Eu acho que não podemos viver sem falar. Então é isso, eu gostaria de viver sem falar
- Sim, isso seria bom, não?
É como se não amássemos mais
- Mas não é possível, nunca vai ser.
Mas por quê? As palavras deviam exprimir exatamente o que queremos dizer. Elas nos traem?
- Mas nós as traímos também, nós devíamos poder dizer o que queremos como já foi feito com a boa escrita. É mesmo extraordinário que um homem como Platão, a gente pode ainda compreender, a gente compreende. Ainda sim ele escreveu em Grego, há 2500 anos. Ninguém realmente sabe a língua daquela época, ao menos exatamente, mas ainda sim passa alguma coisa, então nós devemos poder nos expressar e nós precisamos.
E por que devemos nos exprimir? Para se compreender?
- Nós precisamos pensar, e para pensar, é preciso falar, não há outro jeito de pensar.E para comunicar, deve-se falar. É a vida
Sim, mas ao mesmo tempo é muito difícil. Eu acho que a vida devia ser fácil. Você sabe, a sua história dos Três Mosqueteiros pode ser muito boa, mas é terrível.
- Sim, mas é uma indicação. Eu acredito que aprendemos a falar bem quando renunciamos à vida por algum tempo. É quase... O preço
Então, falar é mortal?
- Falar é quase uma ressureição em relação à vida. Quando falamos é uma outra vida de quando não falamos. Então, para viver falando deve-se passar pela morte da vida sem falar. Eu talvez não esteja sendo claro, mas há uma certa regra ascética que te impede de falar bem até olharmos a vida com desapego
Mas não se pode viver a vida com... Eu não sei, com desapego
- Sim, mas nós balanceamos, é por isso que devemos passar do silêncio às palavras. Nós balançamos entre os dois porque é o movimento da vida
Da vida cotidiana nós nos elevamos a uma vida que chamamos de superior é a vida do pensamento, mas essa vida pressupõe a morte da vida cotidiana, a vida demais elementar.
Mas então pensar e falar se parecem?
-Eu acredito. Platão o disse; é uma idéia antiga. Nós não podemos distinguir do pensamento o que é o pensamento e as palavras que o exprimem. Analisando a consciência, você não consegue separar o momento de pensar das palavras.
Falando, então, a gente arrisca mentir?
- Sim, porque mentiras são também parte de nossa busca. Há pouca diferença entre erro e mentira. Não quero dizer mentiras comuns como eu prometo ir amanhã, mas não vou porque não queria, entende? Esses são truques, mas uma mentira sutil é pouco distante de um erro, a gente procura e não consegue achar as palavras certas.
É por isso que você não conseguia saber o que ia dizer.
- Você tinha medo de não achar a palavra certa. E eu acho que é isso
Sim, mas como ter certeza de ter encontrado a palavra certa?
- Deve-se trabalhar. É necessário um esforço. Deve-se falar num modo que é certo, não machuque, diga o que há para ser dito, faça o que tem de fazer sem machucar, nem ferir.
Sim, um deve tentar ser de boa fé.
- Uma vez alguém me disse "A verdade está em tudo, mesmo no erro"
Isso é verdade.
- Isso não foi visto na França no séc XVII, eles achavam que podiam evitar o erro e ainda mais que isso, que podia-se viver na verdade diretamente.
Creio que não seja possível.
-Por isso há Kant, Hegel, a filosofia alemã: para nos conduzir à vida e nos fazer ver que devemos passar pelo erro para chegar na verdade
O que você pensa do amor?
- Leibnitz introduziu o contingente, verdades contingentes e verdades necessárias fazem a vida cotidiana
Aos poucos chegamos na filosofia alemã onde pensamos, na vida, com os erros da vida, com as servitudes da vida. E deve-se lidar com isso, é verdade
O amor não deve ser a única verdade?
- Mas para isso, o amor deveria ser sempre verdadeiro
Você conhece alguem que sabe de cara quem ele ama?
- Não é verdade. Quando você tem vinte anos não sabe o que ama
Você sabe migalhas, se agarra só a sua experiência. Você diz "eu amo isso", é sempre uma mistura, mas para ser constituido inteiramente daquilo que se ama, é preciso a maturidade.Isso significa buscar. E é essa a verdade da vida. É por isso que o amor é uma solução, na condição que seja verdadeiro.