segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fala de filme: Cenas de um casamento

Esse é mais um filme de Ingmar Bergman, Saraband é a continuação dele, é bem tenso.


Marianne tenta ler para Johan o que ela conseguiu escrever sobre si

De repente, viro-me e olho para uma velha foto de escola de quando eu tinha 10 anos, pareço detectar algo que me escapava até então. Para minha surpresa, devo admitir que não sei quem sou. Não tenho a mais vaga idéia.Sempre fiz o que me mandaram.
Até onde me lembro fui obediente, correta, quase humilde. Me impus algumas vezes, quando menina, mas minha mãe me puniu por minha falta de modos, com severidade exemplar.
Minha educação e a das minhas irmãs tinha o objetivo de nos tornar agradáveis.
Eu era feia e desajeitada um fato do qual sempre me lembravam.
Mais tarde percebi que, se guardasse meus pensamentos e fosse agradável e previsível seria recompensada.
A maior decepção começou na puberdade,meus pensamentos e sentimentos giravam em torno de sexo, mas nunca disse isso aos meus pais nem a ninguém.Ser enganosa e reservada e mostrou mais seguro.
Meu pai queria que eu seguisse seus passos e fosse advogada. Dei indiretas de que queria ser atriz ou fazer algo no mundo do teatro, mas eles riram de mim. Desde então, sigo fingindo, forjando meus relacionamentoscom os outros, com os homens, sempre atuando, numa tentativa desesperada de agradar. Nunca considerei o que eu queria e sim o que ele quer que eu queira.
Não é falta de egoísmo, como costumava pensar, é pura covardia, pior ainda, provém da minha ignorância de quem eu sou.
Nosso erro foi não nos desligarmos de nossas famílias e criarmos algo que nos satisfizesse a nós mesmos.


Johan filosofando sobre a vida

Somos analfabetos emocionais, aprendemos anatomia e métodos de cultivo na África sabemos fórmulas matemáticas de cor e salteado, mas não nos ensinaram nada sobre nossas almas. Somos tremendamente ignorantes sobre o que move as pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário