quarta-feira, 30 de junho de 2010

A insustentável leveza do ser - O filme

Adoro interações de mídias, livros que viram filmes, jogos que viram filmes, filmes que viram jogos, etc.
"A insustentável leveza do ser" é um romance de Milan Kundera que pretendo muito ler, vou colocá-lo no próximo desafio literário, mas o filme é de uma beleza, uma sensilibilidade, uma sensualidade e uma leveza sem tamanho, começando pela escolha do elenco, tem Daniel Day-Lewis (já falei dele em Nine e Em nome do Pai) e a minha francesinha preferida, a Juliette Binoche que já falei um milhão de vezes por aqui.
Esse filme conta a história do médico-cirurgião Tomas, que não pode ver um rabo-de-saia que se enrabicha, da fotógrafa Tereza e da artista plástica Sabina, rola um triângulo amoroso, amizade e troca de experiências. Tudo acontece em 1968 durante o conflito político conhecido como "Primavera de Praga", quando os tanques russos invadiram a Tchecoeslovaquia.
Sabina é leve, quando a coisa começou a apertar ela fugiu para Suiça, em seguida Tereza e Tomas fizeram o mesmo, mas Tereza percebe que não consegue lidar com a leveza porque ela é fraca e retorna para Praga, Tomas também volta, chegando lá eles têm os passaportes confiscados, nunca mais poderão sair , só que a situação política está bem pior.
Tereza é super carente, precisa de Tomas, precisa ter cachorro, precisa de uma pátria, é apegada a tudo isso, por isso ela se considerava fraca, mesmo na pior,  não se desapega do que é confortável para ela.
Sabine tem o espírito livre, não se apega a nada e a ninguém, quando ela percebe que a coisa está ficando séria, ela simplesmente foge, está sempre mudando em todos os sentidos, mas mesmo assim, fugir não é fácil, ela sente a perda, mas se conforma que era o melhor a ser feito.

Fala de Tomas:
Mais de 1OO mil pessoas foram presas, torturadas e executadas durante o regime deles.E agora esses homens afirmam que não sabiam de nada. Que foram enganados ou manipulados. Que eram inocentes.
Não inocentes, mas desavisados, talvez.
Por favor, eles tinham de saber o que estavam fazendo. O contrário é inconcebível. Não importa se sabiam ou não. Estive pensando sobre Édipo. O bom Édipo Rei.Quando Édipo percebeu que havia matado seu pai sem saber e estava dormindo com sua mãe e, por causa de seus crimes, pragas estavam devastando a cidade dele, ele não pôde suportar a visão do que havia feito.Ele arrancou os próprios olhos e deixou a cidade. Ele não se sentiu inocente.Sentiu que deveria se punir, mas nossos líderes,ao contrário de Édipo,sentiram que eram inocentes.
E quando as atrocidades do período stalinista foram reveladas, eles disseram: "Nós não sabíamos! Não sabíamos o que acontecia, nossa consciência está limpa."
Mas a diferença, a diferença importante é que eles continuaram no poder.E eles deveriam ter arrancado seus olhos fora. Eu só disse que a moralidade mudou desde a época de Édipo.
O filme é emocionante! Super indico. Agora EU QUERO O LIVRO!!!

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