quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Questão de pele: Tatuagem

Samantha Stevenson
Ultimamente estou pegando as dores dos outros como se fossem as minhas, no post anterior falei de cabelos e hoje vou falar de tattoos.
Estava eu, lendo alguns jornais on-line e deparei com esta reportagem do Daily Mail. No Reino Unido tem um programa do Gareth Malone, no Brasil passa no canal People and Arts, ele monta corais em escolas, associações, empresas, etc. Este programa formou um coral com mulheres de soldados que estão na guerra. A Samantha (foto ao lado) é casada com um militar, tem dois filhos é solista no coral, tem tattoos e alargador. Segundo consta na reportagem, ela vem sofrendo ataques no Twitter e no Facebook de gente que não se conforma em vê-la tatuada, que deveria ser proibida apresentar-se assim. Santa ignorância, né?
Eu senti na pele porque também sou mãe, tatuada e pierced, uso óculos e canto em um coral. Portanto, sei exatamente do que estou falando. As pessoas acham que você não é uma boa companhia, que você não tem capacidade para fazer um bom trabalho, que deve usar drogas e por aí vai. No trabalho, tem gente que me confunde com estagiária, com aluna, nunca me levam a sério de início, tenho que provar mais que os outros que sou capaz. Lembro de chegar no consultório médico com meu filho doente, ele olhar para minha cara pierced e perguntar: Você é o quê dele? Como se quisesse me recriminar, parece que meu filho estava doente por incompetência materna. Sem falar nas indiretas bem diretas que a gente escuta por aí, mas nem vou perder meu tempo contando essas idiotices diárias que a gente tem que conviver. Quer saber? Eu gosto, tem gente que gosta e quem não gostou das minhas foi tudo gente mala-sem-alça-e-sem-rodinha-de-papelão-em-dia-de-chuva. E para desespero de alguns, quero fazer mais, enquanto há pele, há espaço para mais uma. Tatuagem dói para caramba, custa caro, causa poluição visual nos olhos de gente 'limpinha', mas eu não vou deixar de fazer, só porque tem gente que não quer ver.
Quero ficar velhinha assim! [Emma e Otto Manischewski]
mamãe tatuada é a coisa mais linda. Tem como não amar?

Imagens da mamãe e das garotas peguei no So Tattooed.
Não é obrigado a gostar, nem a fazer, só não discrimina quem gosta, porque a gente tem coração e até chora quando nos magoam.
Falando em pele, o próximo post vou falar sobre o filme "A pele que habito", do Almodovar.

5 comentários:

  1. É impressionante como o preconceito cega e faz as pessoas fazerem as associações mais ridículas do mundo. Desde quando ter piercing ou tatuagem é sinal de algo ruim? Os valores nesse mundo tão é muito trocados, viu...

    ResponderExcluir
  2. Tenho 7 e estou só esperando mais $$$ para completar 9. Aí paro. Trabalho como enfermeira, cuidando de vidas e não o faço pior que ninguém pq tenho tinta na derme. Modéstia à parte, faço muito bem. Cultivo valores familiares e sou bem mais careta que muita gente sem uma agulhada no corpo. Gosto de uns rabiscos, fazer o quê? Tem muita gente boa por aí que gosta de coisas de que gosto e nem por isso deixam de ser boas.
    Ótimo post, vc adiantou um assunto do qual já queria falar há muito tempo no meu blog. Excelente abordagem! Parabéns!
    Bjs!

    ResponderExcluir
  3. As pessoas definem os outros com os olhos, cheia de preconceitos, não se dão ao trabalho de avaliar se o que elas pensam é de fato verdade.
    Nunca que uma roupa, ou pele ira mostrar carater, tem tanta gente bem vestida e com o corpo lisinho que não vale nada... enfim....
    Homens... Homens...
    Beijo
    http://capsuladebanca.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Como falei, já estava querendo falar desse assunto há algum tempo no blog. Está programado para o dia 17. Estou só avisando para não achar que é plágio rs
    Bjs!

    ResponderExcluir
  5. Oi, GI, fala mesmo, defender nossas tattoos é sempre assunto, cada um tem seu ponto de vista, c/ certeza nao é plágio. Vou lá comentar tb. Abraço

    ResponderExcluir