terça-feira, 30 de julho de 2013

Filme: Kamome shokudô

Assisti ao filme Kamome Shokudô, de Naoko Ogigami, 2006. É um filme nipo-finlandês muito bom, despretensioso, com umas pitadas de comédia.

Personagens: Masako, Sachie e Midori

Sachie na coffee shop que ela abriu em Helsink
Nao dá, gente! Eu leio um livro ou vejo um filme e eles ficam me tentando a ser turista, li o "Noites Brancas", do Dostoiévski, para o Desafio Literário e quero conhecer as noites brancas de Sao Petersburgo, vi esse filme e quero entrar no próximo aviao para Helsink, ainda bem que nao tenho tempo, nem dinheiro, deus nao dá asa a cobra.
Voltando ao filme, eu me identifiquei porque conta a história de três imigrantes em um país bem diferente da cultura delas. A Sachie foi para abrir um café que também servia comida japonesa, mostra a dificuldade de atrair os clientes no começo, até que entra um otaku, pede um café e pergunta como canta a música da série Gatchaman. É sempre assim, a gente sempre acha que japonês sabe tudo de anime, de mangá e de teconologia, super clichezao, rsrs. E pra brasileiro é: vc sabe sambar? Vc joga futebol? A única pergunta que me surpreendeu foi de um cubano que estudava comigo, ele perguntou se eu gostava do Sepultura.
 Ela nao lembrava da letra, porém encontra a Midori em uma livraria e pergunta se ela sabia a letra e ela sabia, as duas conversam, viram amigas e Midori passa a ajudar no café também.
Achei muito engraçada a forma que a Midori foi parar na Finlândia, ela disse que colocou o dedo no mapa, onde o dedo parou, ela comprou a passagem. Boa ideia para quando nao se sabe para onde ir nas férias, vai no dedômetro.
Já a Masako, após passar mais de 20 anos cuidando dos pais doentes, após o falecimento deles, ela decide viajar e escolheu a Finlândia depois de ver uma reportagem na TV que mostrava uma competiçao de guitarras imaginárias, os caras vao para o palco e tocam muito (só que nao rsrs) e também pela prova de lançamento de celulares. Se essa prova for com aqueles Nokia antigoes, tijoloes que se caíssem no chao, quebravam o chao, tá bom, porque lançar iPhone, nao dá, antes de cair já quebrou, né? ;)
Esse filme é uma mistureba de finlandês com japonês e sei lá como, todo mundo se entende. O que eu acho interessante é o olhar deslumbrado e até ingênuo que elas têm em relaçao ao país, elas consideram um lugar mágico, com florestas, nostálgico, calmo, acho que isso é uma coisa de todo imigrante, a gente poe na cabeça uma fantasia, uma ilusao que as coisas sao lindas ao nosso redor. Conheço uma espanhola, de Barcelona, para ela o melhor lugar do mundo é Itacaré, na Bahia, ela abriu uma pousada lá e vive de verao, como ela diz. Ela nao vê defeito nenhum nas terras da família do ACM. C'est la vie! O importante é achar nosso lugar no mundo, o lugar onde a gente se sente bem e consiga viver melhor.
Outra coisa bacana que descobri no filme é que nigiri significa comida para alma, da próxima vez que eu comer vou lembrar disso, estarei alimentando minha alma. A escolha do nome do café também é bem interessante. A Sachie fazendo aikido no tapete da sala é hilário!
Um finlandês ensinou para a Sachie uma palavra mágica que tem que falar enquanto faz o café para ele ficar bom, mas eu esqueci :(

É um filme independente, de baixo orçamento, bem fantasioso, engraçado, eu adoro cinema finlandês e japonês, mas esse filme é diferente de todos os filmes japoneses e finlandeses que vi e mesmo assim eu gostei. Falando em japonês e comida, lembrei de um outro filme japonês muito comédia, chamado "Tampopo: Os brutos também comem macarrao", de Juzo Itami, 1985, mas isso já é outro assunto, porém já recomendo de antemao.

PS: Não sou crítica de cinema (ou sou? Porque todo espectador tem um pouco de crítico dentro de si), coloco aqui sem pretensão, como se contasse à minha mãe no chá da tarde. Se vc procura uma boa crítica, consulte sites especializados, mas se vc é gente como a gente, sinta-se à vontade de dar seus pitacos também.

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