sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Filme: To the wonder - Terrence Malick

Finalmente consegui assistir ao filme que tanto queria "To the wonder", foi como eu esperava, ou seja, surpreendente e emocionante.
Gostei da globalizaçao, atores falando em inglês, francês, espanhol, italiano e teve até linguagem de sinais (nao assista dublado porque senao essa parte dos idiomas perde a graça).
Os personagens sao infelizes e cheios de questionamentos sobre a própria existência.
Os filmes do Malick sempre questionam sobre a fé, o amor, a família e a natureza, nao de uma forma confortável, mas de uma forma intrigante.

O padre que nao tem empatia e questiona a própria fé, os monólogos dele em espanhol sao lindos e o cuidado que ele tem para com os necessitados é divino, ele é introspectivo e ao mesmo tempo cuidador

A Marina é uma francesa que achei infantilizada, ingênua e totalmente perdida nesse mundo

A Jane,  o amor de infância do Neil, seria um casal perfeito
O que falar do Neil, ele é tao introspectivo também, tao indeciso, tao perdido, como todos nós, tomando decisoes erradas, nao sabendo o que quer da vida realmente, tentando entender o sentido de tudo isso: O que estamos fazendo? Para quê estamos fazendo? Onde estamos? Para onde vamos?
A Marina nao se sente bem em nenhum lugar do mundo e nem com ninguém, mas ela faz um esforço para se adequar, ela quer acreditar que as coisas vao dar certo.
Já postei, mas vou postar de novo o trecho da carta de Sêneca para Lucilio que falava assim:

"Deves mudar a alma e não o lugar" 
"Tu corres de um lado para o outro para livrar-te do peso que te aflige. Essa própria agitação torna-o pior" 
"No entanto, quando tiveres te livrado do mal, qualquer viagem será agradável. Poderás ser exilado para os confins da terra, e em qualquer canto perdido dos países bárbaros aonde terão te levado haverá sempre para ti um lugar acolhedor"

Acho que o problema de Marina e da maioria das pessoas é esse, nao saber mudar a alma para se livrar do fardo, o problema nao é o lugar, é nós mesmos, tem gente que tem tudo e nao tem nada, nao se sente bem na própria pele e tenta fugir como se fosse adiantar, como se as coisas fossem mudar.

Nao é um filme cheio de diálogos ou de açao, é um filme quase silencioso, vc fica tao introspectivo e reflexivo quanto os personagens. Só indico para quem realmente gosta, nao é qualquer pessoa que tem paciência ou esta sede por questionamentos e ainda por cima ficar sem respostas.
Só uma dica "prazamiga", se o cara chegar para você e falar que gosta do Terrence Malick, case-se com ele.

Ja falei de Malick em: A árvore da vidaDays of heaven

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