quarta-feira, 26 de março de 2014

BC Musical: Dance music anos 80/90

vou colocar dance music dos anos 90 para recordar meus tempos de "aborrecente" assistindo MTV, dançando, comendo e fazendo liçao de casa tudo ao mesmo tempo.









Neste último clipe dá para ter noçao das modas da época, tem uma moça dançando com uma saia envelope e tenis ked's branco, eu usava muito os dois rsrs Calça de cintura alta, blazer grande que cabia a pessoa duas vezes dentro dele, os coletes dos meninos, os cabeloes tanto dos homens quanto das mulheres rsrs. Como era bom ser V1D4 L0K4 rsrsrs O Dj BoBo era o David Guetta da época.



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segunda-feira, 17 de março de 2014

BC foto: Cabelos

Para trilha sonora, outra descabelada, a Gal Costa cantando "Cabelo", de Arnaldo Antunes





Meu cabelo tem vontade própria, rebelde que nem a pessoa que o carrega em cima da cabeça. Cabelo bandido, quando nao tá preso, tá armado, mas eu gosto dos meus cachos e assumo eles, nao faço chapinha, nao penteio com escova e nem pente, só com os dedos depois do banho

O Samuca cabeludo rock and roll e agora mais nerdzinho de cabelo curto
"uzomi" cabeludos aqui de casa, teve uma época que eles tinham o cabelo maior que o meu, by the way, meu marido ainda tem.
essa foi no verao passado

Lugar pra ver cabelo é nos shows de heavy metal, adoro! Olha que achei nos meus arquivos









As meninas no show, tirando fotos para o Instagram
raspado de um lado e grande do outro


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quarta-feira, 12 de março de 2014

BC Musical


No momento estou ouvindo duas em looping, som delicinha, nao sai da cabeça, fui no mercado e entre uma prateleira e outra me pegava cantando ora uma, ora outra....






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segunda-feira, 10 de março de 2014

BC fotos: água

Aperte o play para ouvir a música "Planeta Água" enquanto vc vê as imagens.




aves no Rio Saint-Laurent
molhando os pés
Rio Saint-Laurent no verao com a tenda do Cirque de soleil ao fundo
água e suco para se hidratar
O Rio Saint-Laurent no verao
Rio Saint-Laurent congelado no inverno
circuito das águas - Parque de la reserva - Lima/ Peru
circuito das águas - Parque de la reserva - Lima/ Peru
circuito das águas - Parque de la reserva - Lima/ Peru
Lago Titicaca - Puno/Peru
Lago Titicaca - Puno/Peru
Miraflores - Lima/Peru
Miraflores - Lima/Peru - por do sol
Itacaré - Bahia/Brasil
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sábado, 8 de março de 2014

Links do mês: Dia Internacional da mulher


Se hoje eu posso ser chata, já que é meu dia, entao vamos aos links:


Ando pessimista nos últimos dias, estou fazendo aulas de história e memória, tem casos de genocídios, guerras e injustiças, o mais triste é a parte da história das mulheres e das minorias que nao entram na história oficial, mas tem uma parte documental de dar pavor. Por isso nao deixem que transformem esse dia de luta em comércio.



"Sonhe, tenha pesadelos se necessário for, mas sonhe"
(Pagu, "Musa trágica da Revolução", no dizer de Carlos Drummond de Andrade, a primeira mulher a ser presa por motivaçao política no Brasil e a eterna homenageada na foto do perfil deste blog)
Vamos sonhar por dia melhores, sinto-me abençoada por nao ser uma mulher em zona de risco e nem de pobreza já que 2/3 dos pobres do mundo sao mulheres, isso explica porque 93% das pessoas que recebem auxilio do programa Bolsa família no Brasil sao mulheres, mas nao é porque eu vivo confortável que me calarei ou fingirei que nao vejo as injustiças, sou um canal, uma voz que clama no deserto. Clamar no deserto é falar sem ter ninguém para ouvir, mas mesmo assim falar.

“Este mundo poderá ser bem melhor se apenas fizermos o esforço de ser menos horríveis uns para os outros” Ellen Page

Vou deixar um poema da Pagu que vi na página dedicada a ela, visitem que é muito boa!

Canal

Pagu/Patricia Rehder Galvão
Publicado n’A Tribuna, Santos/SP, em 27-11-1960


Nada mais sou que um canal
Seria verde se fosse o caso
Mas estão mortas todas as esperanças
Sou um canal
Sabem vocês o que é ser um canal?
Apenas um canal?

Evidentemente um canal tem as suas nervuras
As suas nebulosidades
As suas algas
Nereidazinhas verdes, às vezes amarelas
Mas por favor
Não pensem que estou pretendendo falar
Em bandeiras
Isso não

Gosto de bandeiras alastradas ao vento
Bandeiras de navio
As ruas são as mesmas.
O asfalto com os mesmos buracos,
Os inferninhos acesos,
O que está acontecendo?
É verdade que está ventando noroeste,
Há garotos nos bares
Há, não sei mais o que há.
Digamos que seja a lua nova
Que seja esta plantinha voacejando na minha frente.
Lembranças dos meus amigos que morreram
Lembranças de todas as coisas ocorridas
Há coisas no ar…
Digamos que seja a lua nova
Iluminando o canal
Seria verde se fosse o caso
Mas estão mortas todas as esperanças
Sou um canal.


quarta-feira, 5 de março de 2014

As mulheres que leem sao perigosas

"As mulheres que leem sao perigosas", de Laurie Adler e Stefan Bollmann, 153 págs, ediçao Flammarion (versao em francês), nao sei se vende no Brasil. É um livro de história e também um livro de arte, mostra as principais pinturas e fotos que retratam mulheres lendo desde o séc XIII até o séc XXI.
Vou começar pelo lado estético do livro: Esta versao é de capa dura, as folhas têm uma gramatura mais firme, deve ser um papel couché com brilho, de no mínimo 120g. Gostei muito da utilizaçao dos tons pastéis, parece com os filmes da Sofia Coppola.



páginas em tons pastéis
O livro começa passando algumas informaçoes e curiosidades sobre a mulher leitora e a sociedade na qual ela está inserida. Cara colega, se você tem a liberdade de pegar um livro hoje e lê-lo, aproveite esse privilégio, isso já foi considerado uma heresia, uma afronta, motivos de discórdias nas famílias, tema de pesquisa médica, causou revolta nos religiosos, etc. Prestem atençao nos fragmentos:

"Coletânea de tratamentos e medicamentos publicada em 1836 e reeditada 9 vezes até 1877:
De fato, a leitura tornou-se uma ocupaçao permanente. As leitoras se multiplicam e a histeria aumenta. Mulheres-livros-histeria: trio infernal. As histéricas estao deixando os médicos cada vez mais obcecados, eles escrevem tratados nao para compreendê-las, mas para tentar domesticá-las, como as bestas-feras, elas estao presas às paixoes mais obscenas. A histeria perturba, a histeria está exagerada. A histeria desconstrói a ordem da família, mas também da sociedade". (pág 17)

A histeria é um diagnóstico criado por médicos homens para rotular a mulher que se impunha, que lia, que lutava pelos seus direitos. Até nos dias de hoje, uma mulher que fala mais alto é chamada de histérica.
As mulheres histéricas eram também chamadas de bovaristas, termo baseado na personagem Madame Bovary, de Flaubert. Emma Bovary lia muito, portanto os médicos afirmavam que toda a perturbaçao e desejo sexual que ela tinha era por causa do excesso de leitura e tentavam convencer as mulheres a nao se igualarem a ela.

"Demoníacas as mulheres que leem? Sim, certamente, cada vez mais perigosas e por muito tempo ainda. Pois ao longo do tempo nao distinguimos mais o sexo feminino do masculino. O texto feminino e o texto feminista permitiram a construçao de uma nova esperança vital e libertária: as mulheres nao se escondem mais atrás de identidades secretas, sob pseudônimos, elas nao se contentam em parecer com as heroínas inventadas, elas fazem uso da palavra, elas dizem "eu", elas escrevem "eu", elas produzem textos, textos téoricos e ficcional, texto sobre incestos, sobre homossexualismo, sobre sexo. As leitoras sao hoje autoras, elas escrevem, escrevem e leem ao mesmo tempo. As mulheres que leem acham em seus textos fontes secretas do desejo".
"Senhores conhecedores dos movimentos da alma e da psiquê, ler dá às mulheres idéias. Sacrilégio! É necessário higienizar, colocar ordem, canalizar e limpar. Leiam leituras de piedade (bíblia), poemas de cavalaria, leiam pouco, mas leiam bem, leiam e releiam, disse um médico e teórico da leitura como arte da tentaçao, Parent-Duchatelet".

Outras curiosidades: A leitura era, na maior parte da história, privilégio da nobreza e depois também da burguesia. Com a reforma protestante, os países que aderiram a essa religiao ensinaram às mulheres de todas as classes sociais a lerem para que elas tivessem acesso à biblia, só que a populaçao nao se contentou apenas com leituras religiosas e passaram a se interessar também por leituras profanas. Saber ler ajudou as mulheres a se informarem sobre cuidados sanitários, como evitar doenças, houve uma diminuiçao considerável da mortalidade infantil na Suécia e até hoje este país é um dos mais avançados na área da educaçao e de conquistas femininas.
Ler era um ato de anarquia (pág. 30), a mulher desobedecia as ordens dos homens e da sociedade.
Ler na cama (pág.33): O hábito de ler na cama é tipicamente feminino, elas "furtavam" os livros da biblioteca dos pais ou dos maridos, escondiam debaixo do travesseiro e liam quando eles nao estavam presentes.
Nos quadros, as mulheres aparecem lendo enquanto os homens aparecem escrevendo.

Pieter Janssens Elinga (1623-1682) - Reading woman
Neste quadro do Pieter, mostra uma empregada que aproveita a ausência da patroa para ler, ela aproveita a claridade dos raios de sol na janela, enquanto isso tem sapatos espalhados no recinto, bacias de frutas em cima de uma cadeira.

Anselm Feuerbach - Paolo e Francesca
No quadro de Anselm, encontra-se dois personagens do livro A divina comédia, de Dante. Eles foram culpados por adultério, pego em flagrante pelo marido de Francesca. Ela está atenta à história do livro, ignorando a presença do amante.

Esta foto representa duas mulheres muito importantes: a fotógrafa e a fotografada. A fotógrafa foi uma das pessoas que revolucionou o mundo da fotografia, Julia Margaret Cameron começou sua carreira bem tardiamente, ela tinha 45 anos quando ganhou a máquina de presente e já era mae de seis filhos, ela fotografava as celebridades de sua época. A fotografada é a Alice Liddell, com 18 anos e lendo, mais conhecida como Alice no País das Maravilhas, a menina que motivou Lewis Carroll a escrever alguns livros.

Duncan Grant (1885-1978) - Le poêle
A história é complicada: Duncan Grant foi o terceiro marido da irma da Virginia Woolf, a Vanessa Bell, eles tiveram uma filha chamada Angélica que é a moça representada nesse quadro. A Angélica casou-se com um amante do pai dela, o David Garnett e tiveram quatro filhas.

Vanessa Bell (1952), Amaryllis et Henrietta
A Vanessa Bell, irma da Virginia, esposa do Duncan, mae da Angélica, sogra do David, o ex-amante do seu marido, era também pintora, neste quadro ela pintou duas de suas netas, filhas da Angélica, lendo.

Alexander Alexandrowitsch Deineka (1934) Jeune femme au livre
Este quadro mostra uma mulher lendo na Rússia, após a Revoluçao de outubro de 1917, em que as mulheres conquistaram os mesmos direitos dos homens para trabalhar, estudar, praticar esportes, música e artes em geral.

Tem muito mais, isso foi só um tira gosto, nem coloquei as pinturas mais lindas para nao estragar a surpresa do livro, sugiro que vocês leiam e se apaixonem, é muito interessante, às vezes revoltante por causa do machismo, mas é lindo. E agora tem o volume 2, "As mulheres que leem muito sao mais perigosas ainda", só que nao chegou aqui no Canada, deve ter só na Europa por enquanto, tudo que depende da traduçao do alemao para um outro idioma demora...Aguardo ansiosa. O que vocês acharam desta amostrinha que vocês viram?