quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Livro+minissérie+filme: Razao e Sensibilidade, de Jane Austen

"Razao e Sensibilidade", escrito pela autora inglesa Jane Austen, foi publicado em 1811. Narra a historia de duas irmas: a mais velha, Elinor (razao), de 19 anos, inteligente, reservada, leitora voraz, observadora, equilibrada e que sabe controlar suas emoçoes. Marianne (sensibilidade), irma do meio, 17 anos, gosta de poesia, de musica, é sentimental demais, ama demais, vive tudo com muita intensidade. 
Apos a morte do pai, Henry Dashwood, sua esposa e filhas sao privadas do direito à herança e dependem do meio-irmao John para sustenta-las. John é casado com Fanny Ferrars, uma mulher egoista que acha que o marido tem que pensar no bem-estar do filho deles antes de ficar dando dinheiro para as Dashwood.
Elinor gosta do Edward, irmao de sua cunhada megera, a Fanny. Ele é inteligente, mas sem ambiçao, diferente dos outros homens que queriam um casamento com mulheres de familias abastadas e nao com mulheres pobres.
Marianne gosta Willoughby que diferente de Edward, é um vilao, sedutor, egoista, ambicioso e prefere casar com uma mulher rica apenas para manter seu status social. Neste caso, o amor é o que menos importa. Além disso, tem o coronel Brandon, um homem de 35 anos, rico, todo certinho, mas sofre de caimbras e reumatismo, é apaixonado por ela também.
"Marianne odiava toda dissimulação quando nenhuma verdadeira desgraça poderia justificar a falta de franqueza. E empenhar-se em reprimir sentimentos que não eram em si mesmos censuráveis, parecia-lhe um esforço desnecessário, além de uma lamentável submissão da razão às noções convencionais e ao senso comum".
"Será que não devemos nada a um homem que nos deu tantos motivos para amá-lo e nenhuma razão no mundo para pensar mal dele? "
"Como é fácil para aqueles que não sofrem falar para os outros se esforçarem!"

Como é de praxe nas obras de Austen, tudo gira em torno de dinheiro e casamento (por amor ou por interesse), as mulheres so falam de homens (nao passaria no teste Bechdel), tem umas mulheres fofoqueiras, intrometidas, encrenqueiras, rolava uma rivalidade entre as Dashwood (as inteligentes) e as Steel (as vulgares). Porém, temos que levar em consideraçao a época em que foi escrito, entender o contexto social, os costumes, as limitaçoes das mulheres na sociedade sob o poder patriarcal, pois dependiam financeiramente do pai, do irmao ou do marido para sobreviverem. Ou quando eram viuvas, como a mae do Edward e a tia do Willoughby, mandavam na vida dos supostos herdeiros, ditando o que eles deveriam ou nao fazer, com quem eles deveriam casar, sob ameaça de nao repassar o dinheiro se desobedecessem.
Sugiro também a leitura do ensaio "Um quarto so seu", da Virginia Woolf, que explica bem como era ser mulher e escritora na época da Austen. 
"Razao e Sensibilidade" foi o livro de estreia da Jane Austen na literatura, ela nem sequer colocou seu nome, publicou anonimamente.
A maioria das pessoas gosta do desfecho da historia da Marianne, talvez porque seja o mais certo, o mais moralista, eu senti foi pena dela (#aloka). Também nao me simpatizo nem um pouco com o coronel por mais bonzinho que ele seja.
Ja Elinor e Edward #Eliward = #relationshipgoals. A razao é essencial para se dar bem na vida, aprendam!
Gosto de Jane Austen, ela nao esta no top 5, nem no top 10 das minhas autoras preferidas, mas é sempre um prazer lê-la.

Minissérie 



Assisti à minissérie de 3 episodios, "Sense and Sensibility" (2008), dirigida por John Alexander e transmitida pela BBC, de Londres. É super fiel ao livro, os atores e atrizes sao otimo(a)s. Adorei!

Filme

Assisti também ao filme Razao e Sensibilidade (1995), dirigido por Ang Lee. É claro que fica dificil para o filme ser 100% fiel ao livro, mesmo sendo longo (mais de 2h), faltaram alguns personagens e muita coisa foi explicada bem por cima. Outros pontos a serem mencionados:
As idades dos atores do filme nao condiz com as idades dos personagens do livro. Emma Thompson nao tinha 19 anos, Kate Winslet nao tinha 17, nem Hugh Grant tinha 24. Porém, isso nao muda nada, as atuaçoes deles sao maravilhosas.
A Marianne do livro é morena de olhos negros, mas no filme e na minissérie ela foi representada por atrizes loiras.
Tinha a pele morena, mas sua transparência lhe dava um brilho extraordinário, suas feições eram todas belas, seu sorriso doce e atraente e em seus negros olhos havia vida, espírito e uma vivacidade que não poderiam ser contemplados sem prazer. 
No livro, Marianne gosta dos poetas ingleses Walter Scott, William Cowper e Alexander Pope, ja no filme ela lê os Sonetos de Amor, do Shakespeare.
No filme nao tem a personagem Nancy Steele, so a Lucy.

Filme é filme e livro é livro nao é? E o filme é otimo, adoro! A fotografia, o figurino, o cenario, aquelas paisagens pitorescas da Inglaterra, os atores, a direçao sao perfeitos.

Eliward ♥
As Dashwood

Marianne e Willoughby
Thomas Palmer é o cara chato da historia, esnobe, mal humorado, vive dando patadas na mulher. No filme esta muito bem representado pelo ator Hugh Laurie (Dr. House), ri demais com as caras e os comentarios que ele fazia.

Nem precisa ter inimigo, tendo uma amiga falsiane dessa (Lucy Steele)

Alan Rickman (RIP) foi o coronel Brandon
Quer saber qual personagem de Jane Austen você seria? Faça o teste aqui (em inglês). Eu sou Elizabeth Bennet (Orgulho e Preconceito).

Esta leitura faz parte dos meus seguintes projetos:
Leitura sugerida em fevereiro para o Clube dos Classicos Vivos, do Goodreads.
Para o projeto Literatura na sétima arte (livro + filme)
Para o projeto #LeiaMulheres

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